22 abril 2009

uma mão cheia

Cinco anos.
Faz precisamente cinco anos que partiste, que trocámos um "até já" que nunca mais chegou... Sem saber, evitámos a força definitiva da palavra "adeus", mas de nada nos serviu.
Cinco anos passaram desde que entraste saudável e cheio de energia no hospital, para melhorares a tua qualidade de vida. "Vai ser simples, rápido, e a recuperação fácil", diziam-nos eles. Mas eles não estavam lá quando mais precisaste e quem te queria - quem te tinha como o centro do mundo - nada podia fazer para te ajudar. Só podíamos esperar por ti e contigo. Pelas tuas melhoras, pelas boas notícias. Mas elas não chegaram, antes as más. As piores. As piores notícias de todas e que ninguém neste mundo devia receber.
Ficámos nós - quem te tinha como o centro do mundo - com o coração despedaçado, com um monte de sonhos desfeitos. Com vontade de nos juntarmos a ti. Juro. Chegaram as perguntas: "Porquê?", "E se...?", "E se não...?". São as perguntas que mais magoam porque ninguém lhes sabe responder. Chegou o vazio pesado, a dor insuportável. E tu não chegavas.
Nunca mais.